O Espírito do Ensinamento…

Posted by on Agosto 20, 2012 in Membro | Comentários fechados em O Espírito do Ensinamento…

O Espírito do Ensinamento…

O tema em desenvolvimento para os próximos meses centra-se no seguinte pensamento do Mestre:

“O nosso Ensinamento contém aspetos subtis, que é necessário descobrir. Tem uma cor, uma forma, um perfume, uma essência única.”

Norteados por esta ideia, partimos em ao encontro da identidade que carateriza a FBU.

Pela meditação  procuremos elevar-nos ao cume, da mais alta montanha, na busca coletiva de quem somos…

 

Mestre

 

  O campo de ação das nossas responsabilidades…

Em todos os domínios...

 Em todos os domínios – político, social, científico, económico, religioso, moral – se ouve as pessoas falarem de responsabilidade. Presidentes, ministros, generais, diretores, pais, professores, etc., todos sabem que são responsáveis. Uma quantidade de seres humanos e de eventos dependem do seu comportamento, das suas decisões.

Sim, mas a noção de responsabilidade vai muito mais longe, porque todas as criaturas no mundo estão ligadas entre si e se influenciam mutuamente. A despeito das aparências, a separação não existe, é uma ilusão, nada está separado. E é assim que, não só pelos nossos atos mas também pelos nossos pensamentos e sentimentos, cada um de nós tem influência nos outros seres do mundo inteiro. Eis o que devemos saber para termos a verdadeira dimensão das nossas responsabilidades.

Vale a pena refletir sobre este assunto. Vós tendes, todos, imensas responsabilidades que podeis utilizar como ocasiões para vos desenvolverdes e vos tornardes mais conscientes, mais lúcidos, mais senhores de vós. Que certeza magnífica saber que, pela vossa vida pura, nobre e luminosa, podeis arrastar todas as criaturas para a via do bem! Ainda que vos pareça que o que fazeis não produz qualquer efeito, na realidade há sempre, algures, algo de bom que desperta, que recebe um impulso. E, se vos desleixardes, influenciareis também os outros, criareis condições favoráveis para a sua queda.

Dar-vos-ei um exemplo: estivestes a meditar durante muito tempo e profundamente, enviando luz e amor ao mundo inteiro, e depois saís para caminhar um pouco pelas ruas. Quando voltais para casa, não tendes a impressão de ter feito o que quer que fosse… Pois bem, aí é que vos enganais. Se fôsseis clarividentes, veríeis bem o que a vossa presença pôde fazer, sem que o soubésseis, às pessoas com quem vos cruzastes. Algumas, que tinham projetos malfazejos, abandonaram esses projetos; outras, que estavam perturbadas, desesperadas, encontraram um pouco de serenidade e de ânimo. Tudo depende da sinceridade das vossas aspirações.

Os vossos estados interiores não dizem respeito unicamente a vós; eles também influenciam os outros à vossa volta, e vós sois responsáveis… Se não acreditardes em mim, tanto pior para vós, um dia verificá-lo-eis! Quando chegardes ao outro lado e vos disserem: «Olha para estas desgraças, estes acidentes, estes crimes; também foste a causa deles, foi por tua culpa que alguns seres sofreram», bem podereis protestar, dizendo que nunca fizestes todo esse mal, que vos responderão: «Sim, mas participaste nele, e essas pessoas sofreram realmente por tua causa: os teus pensamentos e os teus sentimentos contribuíram para que outras pessoas lhes fizessem esse mal.»

Não somos responsáveis apenas pelos nossos atos, mas também pelos nossos pensamentos e sentimentos, porque eles agem como forças no mundo invisível para arrastarem os seres para o mal ou para o bem.

In, Um espiritualista na sociedade, fasciculo 2

  A importância prioritária do exemplo…

O Ensinamento mostra-nos as forças com que devemos trabalhar, as energias que devemos dirigir, transformar e canalizar, para nos tornarmos perfeitos, equilibrados, conscientes, capazes de nos dominarmos e sermos um exemplo em todas as circunstâncias da vida. Vós sois, na maioria, educadores pelo que sabeis a importância prioritária do exemplo. Eu fui diretor de um colégio, tive de relacionar-me com colegas e com alunos indisciplinados. Para criar um ambiente de harmonia com os outros, até com os nossos amigos, é necessário conhecer as leis. Enquanto professor, constatei que o exemplo é o método mais eficaz. Sem o exemplo, até um universitário, que domina todas as teorias, não pode transformar e melhorar os humanos. O homem mais instruído não tocará o coração dos outros sem a intervenção da sua vida interior. É a vida interior que está em primeiro lugar. A vida dos pensamentos, dos sentimentos, da vontade, exprime-se através de nós e age, fora de nós, independentemente da nossa opinião, sobre o mundo que nos rodeia. Nós contribuímos para a queda dos outros ou elevamo-los, e não podemos enganá-los, apesar de todos os truques e mímicas inimagináveis. Um educador cuja vida não é clara, límpida, não pode melhorar as crianças que deve instruir. A nossa vida é uma água que sai de nós e corre como um rio. Sem as forças luminosas que o nosso Ensinamento nos ensina a conhecer e a dirigir, não podemos ser um bom educador.

 In  Ce qu’est l’ensignement, nº487,le 1er novembre 1947

  A religião será interior…

Deus habitará de novo no coração dos homens e imprimirá neles a sua lei. Então os jovens sonharão e os idosos profetizarão. Está escrito. Não teremos necessidade de padres, porque todos saberão interiormente como amar, servir, trabalhar, tal como a mãe, que não precisa que lhe digam como deve alimentar ou cuidar da sua criança, pois ela tem o amor no seu coração. Deus escreveu essas regas no coração da mãe, ela não precisa de normas. Quando não se tem amor as prescrições são necessárias, mas elas não servem para grande coisa. Sem amor, todas as religiões subsistirão, mas elas não nos levarão até Deus. Sem amor, jamais!

 Quando o amor se instalar no coração das pessoas, não haverá religião. A religião será interior, sob a forma de amor, de bondade, de radiação, de sacrifício, de doçura e de luz. Foi assim que me instruíram, é assim que seu vos instruo. Foi no momento em que o amor abandonou a humanidade que a religião apareceu, para o remediar e substituir. Quando o amor regressar, a religião será interior, no coração dos homens.

  Uma pequena coisa pode desviar um Ensinamento…

Investi 22 anos a pesar e a sentir, junto do meu Mestre, o espírito que ele queria que reinasse entre os irmãos e irmãs. Agora, percebo rapidamente o que lhe é exterior. Mas toda a época, toda a região, toda a sociedade, e cada geração, condensa um certo espírito que é difícil de definir. A época atual diz-se atómica, ou mecânica, ou materialista. Tive de desenvolver um jeito para saber, a propósito de cada coisa, se ela respeita e mantém o espírito de Fraternidade, ou se o contraria. Alguns querem, por exemplo, arranjar os cânticos de forma duvidosa, que iria deformar o seu espírito. Uma minúscula parcela metálica foi suficiente para provocar a perda do Titanic. Uma pequena coisa pode desviar um Ensinamento, como um grande navio. Muitas sociedades o constataram, entre elas a Maçonaria. Aqueles que seguem o ensinamento de Yogananda conhecem o verdadeiro espírito que animava esse Mestre e a direção que ele tomou?

 Cada um tem a sua opinião própria, pelo que é sempre necessário que um ser qualificado vigie sobre o Espírito. Pois, como quereis vós que aquele que não provou os frutos do Ensinamento saiba reconhecê-los e respeitá-los? Eu não satisfarei as vossas personalidades. Que aquele a quem não consenti fazer o que ele queria, não fique vexado; que procure, antes de mais, compreender as minhas razões e que busque a desarmonia que há em si.

Por que tenho métodos tão diferentes daqueles que toda a gente utiliza? Eu devo preparar o terreno para milhares, e não contentar uma única pessoa. Escolhi o altruísmo e não egoísmo; a coletividade e não a personalidade.

In  L’Esprit de l’Enseignement, 13/4/1960

 

 

  Nós não estabelecemos classificações na nossa Escola…

“Vós não encontrareis aqui graus de iniciação. Nós não estabelecemos classificações na nossa Escola. Seria perfeitamente inútil. Somos, simplesmente, seres que se tornaram filhos de Deus, que vivem fraternalmente, desempenhando todas as tarefas, segundo as necessidades do momento. Só Deus sabe o nosso grau de evolução. Estamos todos juntos, misturados, para trabalhar harmoniosamente. É a luz que indica possibilidades e capacidades. Não procureis outra coisa. Trabalhai fraternamente, harmoniosamente, livres do problema da posição, da classificação, da ideia de superioridade que tudo bloqueia. Sede crianças de uma grande família, aplicados em tornar-vos naquilo que o Pai espera de vós. Realizar sobre a terra o Reino de Deus, com toda a alegria e todo o amor.”

In, Comment se guérir des maladies, conf. 27 avril 1946

 

  O objetivo do nosso Ensinamento…

Quando se trata de um pequeno número de pessoas, é fácil reunirem-se, estabelecerem boas relações, entenderem-se, pois, de um modo geral, os humanos tem por hábito agruparem-se por afinidades. Mas quando se trata de todos os países, de todas as nações da terra, que deveriam viver em conjunto, que dificuldades! Desde há séculos, milénios, que eles se lançam uns contra os outros com as suas visões do mundo, as suas diferentes religiões, com os seus sistemas políticos e económicos diferentes, com as suas diferentes tradições. Como harmonizá-los? Para isso é necessária uma ciência prodigiosa.

Vós seguis o Ensinamento da Fraternidade Branca Universal e acreditais que basta reunirdes-vos entre vós e estabelecerdes boas relações fraternais. Não, isso não é suficiente! Mesmo que sejais algumas centenas, alguns milhares, isso não é suficiente. O objetivo do nosso Ensinamento, não é reunir algumas pessoas, mas unir todos os povos. Ao virdes aqui, é nisso que deveis pensar, é para isso que deveis trabalhar, procurando perceber o que deveis fazer para espalhar esta filosofia universal.

In, P.Q. de 28 setembro de 2008

 

  O nosso Ensinamento contém aspetos subtis, que é necessário descobrir…

(…) Aqui, nós temos um objetivo: purificarmo-nos e aperfeiçoarmo-nos. Tudo o que trazeis deve estar de acordo como o espírito do Ensinamento. Só aceitamos ouro, nada de chumbo. Fazei com sinceridade o que vos peço, especialmente o nascer-do-sol, sobre o qual ainda não compreendestes a totalidade da sua importância. Suplico à Mãe Divina que vos conceda a possibilidade de ver o objetivo longínquo do trabalho que fazemos, nem que seja por um minuto. Não poderíeis jamais esquecer a sua beleza. Nada mais vos deteria, nada vos faria recuar. Quebraríeis todos os obstáculos, ultrapassaríeis todas as inibições, perante uma visão que ultrapassa tudo o que podeis imaginar. Enquanto a não tiverdes, permanecereis na incerteza.

O nosso Ensinamento contém aspetos subtis, que é necessário descobrir. Tem uma cor, uma forma, um perfume, uma essência única. O nosso ideal não é o dos antigos ensinamentos demasiado pessoais: fundir-se em Deus, para não voltar à terra. Nós queremos voltar à terra para a trabalhar, para a regar e dela fazer um jardim. É preciso abandonar esse nirvana que nos faz desertar e trabalhar para cumprir a vontade de Deus sobre a terra; é preciso ser perfeito sobre a terra. Para nós, é a humanidade, a universalidade que conta. O ideal dos yogis não nos satisfaz, uma vez que trabalham para si próprios e adquirem poderes sem ajudar a coletividade. Para que servem esses grandes magos solitários e esses poderosos yogis?

Ensinamentos como a teosofia, o martinismo, os Rosa-Cruz não englobam tudo. Nenhum pode chamar-se Fraternidade Branca Universal. Esta denominação contém o ideal mais vasto e mais profundo, o mais sublime e o mais nobre. Homens dotados de poderes, como Mestre Filipe, poderiam ter feito coisas magníficas. Casaram, tiveram filhos, curaram alguns doentes; mas até onde conseguiram ir? Inclino-me perante tais seres, mas constato que até Papus, com os seus livros, fez mais pela coletividade.

In L’Esprit de l’Enseignement, 1028, pág. 5

 

  A Fraternidade é uma ideia universal e cósmica…

(…) “A Fraternidade é uma ideia universal e cósmica, não é unicamente uma fraternidade constituída por uma dezena de pessoas a quem me dirijo. Na minha cabeça, a Fraternidade é algo mais do que um grupo de pessoas. Eu trabalho para uma grande ideia: a Fraternidade… A ideia para a qual trabalho é uma ideia sublime, que é transmitida pelos espíritos mais luminosos, pelos santos, pelos profetas, pelos Anjos; é isso a Fraternidade.

Se não podemos sacrificar uma pequena coisa por esta Fraternidade, por que viemos à terra? É-se um vampiro, um egoísta. A esta Fraternidade podemos consagrar toda a nossa vida e ainda é pouco! Todos imaginam que a Fraternidade é nada fazer e explorar um grupo de gente ingénua. Então, evidentemente, não vale a pena sacrificar o quer que seja por uma fraternidade que não é ainda fraternal, que é egoísta (não digo isto para ofender os irmãos e as irmãs).

Este grupo de seres físicos é um reflexo da imensa Fraternidade Universal, é por isso que fazemos sacrifícios por esta pequena fraternidade, compreendeis. Mas, na realidade, não é por esta fraternidade que os fazemos. Não vale a pena sacrificar a divindade em prole dos humanos. Não devemos rebaixar a divindade, o sol, mas, uma vez que Deus vive em cada um de nós, a grande Fraternidade Universal envia-nos bênçãos a todos. A questão é sempre a mesma: como devemos compreender? Vale a pena consagrar toda a vida a esta Fraternidade imensa, grandiosa.

A Fraternidade é uma ideia que deve inspirar-nos e fazer circular o sangue em nós.

Se, ao pronunciardes a palavra Fraternidade, não sentirdes nenhuma inspiração, nenhuma alegria, nenhum prazer, isso prova que ainda não compreendestes o que ela é. Esperemos que nós, um pequeno reflexo, uma pequena imagem, nos aproximemos desta Fraternidade Universal e nos tornemos condutores da mesma. Nesse momento, o objetivo será atingido. É por esta ideia de Fraternidade que devemos fazer sacrifícios e despirmo-nos do nosso terrível egoísmo. É isso a perfeição, a evolução; fora disto não há perfeição nem evolução.

In Videlinata, 186, pág. 24/25